O gesto de erguer a taça, que Belini eternizou em 1958, surgiu do acaso

O gesto de erguer a taça, que Belini eternizou em 1958, surgiu do acaso

Capitão, ao receber a taça do mundo do Rei Gustavo da Suécia, ergueu-a a pedido dos fotógrafos que não conseguiam registrar o momento

bellini bellini

 LUIZ AUGUSTO NUNES

Belini foi o capitão da primeira Copa do Mundo que o Brasil conquistou, em 1958, na Suécia. Na época zagueiro do Vasco, foi ele quem eternizou o gesto de levantar a taça que os capitães de todas as seleções campeãs do mundo passaram a repetir Mundial após Mundial.

Hilderaldo Luís Bellini (na certidão de nascimento) é de Itapira (SP), de 21 de junho de 1930. Chegou à Seleção Brasileira jogando pelo Vasco, passou pelo São Paulo e encerrou a carreira no Atlético Paranaense em um dia que ele jamais vai esquecer: 20 de julho de 1969, o dia em que o homem pisou na Lua. Neste ano, juntamente com Djalma Santos, também bicampeão do mundo pela Seleção Brasileira, Belini foi campeão paranaense.

Zagueiro de estilo vigoroso, líder nato, Belini entrou para a história do futebol mundial ao erguer a Taça Jules Rimet no dia 29 de junho de 1958, no Estádio Rasunda, em Estocolmo, depois da goleada de 5 a 2 do Brasil sobre a Suécia no jogo decisivo do Mundial. O gesto, que é copiado até hoje, surgiu do acaso.

Belini conta como aconteceu.

- Não pensei em erguer a taça, na verdade não sabia o que fazer com ela quando a recebi do Rei Gustavo, da Suécia. Na cerimônia de entrega da Jules Rimet, a confusão era grande, havia muitos fotógrafos procurando uma melhor posição. Foi então que alguns deles, os mais baixinhos, começaram a gritar:

"Belini, levanta a taça, levanta, Belini!", já que não estavam conseguindo fotografar. Foi quando eu a ergui - conta.

O gesto de Belini simbolizou à perfeição o primeiro título mundial do Brasil, conquistado por uma Seleção que muitos garantem ter sido a melhor da história. O zagueiro se tornou, com o título, um dos jogadores mais populares do Brasil, admirado pelos torcedores, que viam nele um exemplo de raça, que levou a Seleção Brasileira a fazer o mundo se curvar ao nosso futebol.

O campeonato mundial da Suécia rendeu para Belini a transferência do Vasco para o São Paulo (onde jogava na campanha do bicampeonato mundial, em 1962) e convites para muitos contratos fora dos gramados. Alto, com pose de galã, Belini passou a ser requisitado para as mais variadas campanhas publicitárias em jornais, revistas e na TV que então começava a conquistar seu espaço. Participou de fotonovelas em quadrinhos de revistas da época e recebeu até mesmo convite para ser ator de cinema. Foi nessa época que Belini conheceu Giselda, também de Itapira, com quem se casou em janeiro de 1963.

Quando se conheceram, Giselda tinha 14 anos e lembra que não entendia direito por que falavam tanto naquele jogador que era nascido na mesma cidade. Bastou o primeiro encontro, quando Belini foi a Itapira receber uma homenagem, para começarem a namorar.

- Me casei com 17 anos. Mas no início do namoro, eu tinha 14, e o Belini chegou a quase desistir, alegando que a diferença de idade ia atrapalhar. Mas depois me presenteou no Natal com o anel de noivado. Disse que eu era a única pessoa de quem sentia falta, que eu seria a mulher da vida dele.

Do casamento, nasceram Carla e Júnior, filhos dos quais Belini e Giselda se orgulham. 

Belini na Seleção Brasileira Principal:

57 jogos, 42 vitórias, 11 empates e 4 derrotas

Clubes que Belini jogou: Atlético Sanjoanense, Vasco, São Paulo e Atélico/PR

Títulos pela Seleção Brasileira: Copa Roca (1957 e 1960); Taça Oswaldo Cruz (1958, 1961 e 1962); Copa do Mundo (1958 e 1962); Taça Bernardo O'Higgins (1959) e Taça do Atlântico (1960)

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