Quero dar ao torcedor a alegria que estou sentindo

Quero dar ao torcedor a alegria que estou sentindo

Técnico assume oficialmente com a bagagem de erros e acertos que construíram uma carreira vitoriosa

Tite é apresentado oficialmente na sede da CBF Tite é apresentado oficialmente na sede da CBF
Créditos: Rafael Ribeiro / CBF

Tite começou bem no seu primeiro dia – ainda que só como entrevistado – como técnico da Seleção Brasileira. Simples, desapegado de vaidade, dizendo-se disposto a continuar aprendendo com erros e acertos, apesar da carreira extremamente vitoriosa, Adenor Bacchi, 55 anos, viveu uma segunda-feira de "turbilhão de sentimentos", com ele mesmo definiu.

Um dia especial, que começou bem cedo, pela manhã, quando foi oficializado no cargo, e continuou ao desembarcar no Rio de Janeiro, no Aeroporto Santos Dumont. A primeira coisa que fez, ainda em São Paulo, foi telefonar para a mãe, dona Ivone.

– Teu filho é o técnico da Seleção, disse. Ela chorou e me deu a bênção. Gente, sou ser humano. Estou muito feliz. Quando desembarquei no aeroporto, alguém me disse que agora eu teria uma torcida de 200 milhões de pessoas, e no trajeto até a CBF confesso que as pernas tremeram. Até agora estou meio tonto com tudo o que está acontecendo.

O turbilhão de emoções vivido por Tite continuou na visita ao Museu Seleção Brasileira. Como todos que lá vão, ficou emocionado com a exibição do filme “Somos Todos Futebol”, uma coletânea de imagens das cinco conquistas mundiais do Brasil.

Depois, já dentro do Museu, escutou a narração de gols da Seleção Brasileia e parecia extasiado em ver à sua frente, devidamente registrada, a história vitoriosa do futebol brasileiro.

– Tite, qual a primeira Copa do Mundo que vem à sua lembrança?

– Foi a Copa do Mundo de 1970. Tinha 9 anos e escutei os jogos pelo rádio lá em Caxias do Sul. Me lembro especialmente do gol do Clodoaldo, que recebeu um passe do Tostão e empatou o jogo contra o Uruguai. Saí pela casa pulando de felicidade.

Tite elogiou o rico acervo do Museu Seleção Brasileira pela possibilidade de remeter a fatos que pareciam perdidos na memória. Contrário aos termos que rotulam a maneira de trabalhar dos técnicos, como sendo adeptos de uma determinada "escola" como modelo, a Seleção Brasileira de 1982 mereceu uma citação, como também os dois técnicos que considera referências na carreira.

–  Aquela Seleção de 1982 tinha Cerezo, Sócrates, Falcão e Zico como jogadores de meio-campo, posição pelo qual sou fascinado. Não acredito nessa história de escola gaúcha. Se tivesse que citar uma escola de futebol seria a brasileira, a do seu Telê e a do Ênio Andrade.

Em uma prova de seu desapego, também profissional, Tite sequer cogitou ser o técnico da Seleção Olímpica que tentará a medalha de ouro nos Jogos do Rio 2016.

–  Até por uma questão de respeito, o Rogério Micale vem há um ano e meio realizando um trabalho na Seleção Olímpica e merece continuar.

A prioridade na Seleção Brasileira – ele deixou bem claro – é a classificação para a Copa do Mundo de 2018, na Rússia, em meio às Eliminatórias já iniciadas e na qual o Brasil ocupa a sexta colocação.

– A realidade é esta e dela não podemos fugir. A situação de momento não é boa, mas temos jogadores de qualidade, e principalmente, com potencial de crescimento para formar a Seleção.

A meta está traçada.. Para chegar ao objetivo, portanto, Tite não hesitará em buscar uma parceria positiva com os técnicos dos clubes que cederem jogadores à Seleção, conforme explicou.

- Quero assistir aos treinos nos clubes, conto com a colaboração de meus companheiros treinadores. Ver em que posição os jogadores se sentem melhor, onde eles poderão ser mais bem aproveitados, já que na Seleção não teremos tempo para treinar.    

Tite quer classificar o Brasil como forma também de agradecimento ao torcedor brasileiro.

- Quero a Seleção Brasileira vencendo e jogando bem. Seria uma forma de dar ao torcedor brasileiro a alegria que estou sentindo agora. 

Na visita ao Museu, Tite estava acompanhado do presidente da CBF, Marco Polo Del Nero e dos diretores da entidade.

Na entrevista  coletiva que se seguiu, Tite recebeu do presidente Marco Polo uma camisa da Seleçāo Brasileira personalizada como lembrança "para a grande torcedora da Seleçāo", a māe do treinador, dona Ivone.

Nesta quarta-feira mesmo, Tite inicia o seu trabalho. Ele e o coordenador Edu Gaspar asistirāo ao jogo Colômbia x Chile, válido pelas semifinais da Copa Centenário dos Estados Unidos. A Colômbia será o adversário do Brasil no dia 6 de setembro, em Manaus, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo 2018. 

 

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