Dez anos do Pan: Rosana nas alturas

Dez anos do Pan: Rosana nas alturas

Rosana conta detalhes da campanha da conquista no Pan-Americano do Rio de 2007

É necessário coragem para brilhar no futebol. É difícil marcar seu nome na história sem aquele algo a mais que transforma a reta em curva, o drible em ilusão, uma cobrança de falta em felicidade. Por isso, Rosana nasceu para jogar bola. Para partir com ela contra a adversária, pedalar e deixá-la para trás. Para dar o passe que ninguém poderia ver. Para fazer um chute beijar a rede e descansar no fundo do barbante.

Foi com todo esse talento que sua perna esquerda foi fundamental para a conquista do Pan-Americano de 2007, no Rio de Janeiro. Na semifinal contra o México, no Maracanã, Rosana viveu um momento inesquecível. Era um dia 23 de julho, há exatos dez anos. Da entrada da área, a meia dispensou a melhor jogadora do mundo para assumir a responsabilidade pela cobrança, que não poderia ter outro destino: o gol, seu segundo na partida.


Quando o Maracanã inteiro sabe seu nome

A falta perfeita deu a Rosana uma sensação inédita: de se sentir acolhida por um público tão grande. Naturalmente, as vozes do Maracanã se uniram para exaltar sua exibição. Surpresa com tanto carinho, a meia assume que, vez ou outra, saía de si. Pegava-se admirando o que estava acontecendo, fora do jogo.

Foi a realização de um sonho.
Um dos melhores momentos que eu já vivi

Havia uma identificação da torcida com a Seleção Brasileira. Não se tratava mais de apenas torcer por uma bandeira ou por uma camisa. Vestindo a Amarelinha, havia jogadoras de muito talento. O povo sabia disso. Cada vez mais, as conhecia e reconhecia.

– Foi uma coisa pela qual eu nunca tinha passado. Essa sensação de pessoas te conhecerem, de você se arrepiar dentro do jogo. Foi uma das melhores fases dentro da minha carreira. Se eu pudesse, eu voltava naquele tempo.

Os dois gols de Rosana contra o México encaminharam o Brasil para a final contra um adversário conhecido: os Estados Unidos. A possibilidade de vencer o primeiro título diante da torcida brasileira mexeu com as jogadoras. Diante de um apoio desse tamanho, há diferentes tipos de reação. A de Rosana foi a melhor possível.

Aquele Pan demonstrou que o futebol feminino
tem como crescer dentro do Brasil

 Prazer, Seleção Brasileira

Inflamada pelo povo brasileiro, a meia foi responsável pelo lance que originou o primeiro gol da decisão. A roubada de bola pela esquerda foi acompanhada de um arranque fulminante. Depois de chegar a linha de fundo, Rosana parou. Foi para cima da marcadora. Passou um pé por cima da bola, fez que iria para a esquerda, cortou para a direita. Invadiu a área e só foi parada com um carrinho por trás. O apito convicto anunciou: pênalti para o Brasil. 

O gol de Marta abriu caminho para uma goleada inesquecível. Depois que o placar foi inaugurado, a Seleção se soltou, e construiu uma elástica vitória por 5 a 0. Diante de um adversário potente, a Seleção se impôs e fez a festa. Algozes nas Olimpíadas de 2004, em Atenas, as norte-americanas não foram capazes de deter as brasileiras. O triunfo foi a chave de ouro para uma campanha impecável, que culminou no lugar mais alto do pódio, e que completa dez anos na próxima quarta-feira (26).

Ter coragem é ainda mais importante para quem quer brilhar no futebol feminino. É fundamental ter ousadia, para driblar e contrariar quem insiste em dizer não. É importante sair do lugar comum, contra quem se prende a estereótipos antigos e não tem vontade de fazer diferente. É a mesma bravura, o tempo todo. Sem perder o sorriso no rosto e a alegria em jogar bola. Rosana passou por cima de tudo isso, com a mesma personalidade de quem pede para bater uma falta no Maracanã lotado.

A CBF criou o especial "Dez anos do Pan" para lembrar, com orgulho, a medalha de ouro da Seleção Feminina no Rio de Janeiro. Fique ligado no nosso site para mais conteúdos especiais sobre a conquista, que completa uma década no dia 26 de julho.

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